Como tratar meibomite e blefarite em cães?

No universo oftalmológico veterinário, várias doenças podem provocar desconforto e trazer prejuízo à saúde dos animais, sendo que muitas delas apresentam sintomas bem parecidos entre si, e com isso causam confusão na cabeça dos tutores. É o caso, por exemplo, da meibomite e da blefarite, infecções que afetam a pálpebra do pet. Saiba como tratar meibomite e blefarite em cães a seguir:

Meibomite e blefarite em cachorro: saiba as origens dessas doenças 

Assim como o entrópio e o ectrópio em cães, duas disfunções que já citamos aqui no blog e que também afetam a pálpebra, a meibomite e a blefarite canina não são tão conhecidas entre tutores, mas isso não significa que sejam diagnósticos menos comuns no dia a dia veterinário. Confira a seguir mais detalhadamente do que se tratam:

Meibomite 

A meibomite em cães ocorre quando há uma inflamação nas glândulas meibomianas, que se localizam nas margens internas das pálpebras superior e inferior, e são responsáveis por produzir e armazenar meibum, óleo rico em gorduras e proteínas, que ajuda na lubrificação ocular e evita a evaporação da lágrima. 

Blefarite

A blefarite em cães também é uma inflamação que acomete a pálpebra canina, e está ligada a um acúmulo de meibum nas glândulas sebáceas, aumentando o risco do surgimento de bactérias no local. Pode ser tanto externa, na região em que os cílios nascem, quanto interna, entrando em contato com o globo ocular e aumentando o risco de atrito com a córnea. 

Qual a diferença entre elas?

Por ambas serem inflamações palpebrais parecidas, a meibomite e a blefarite podem até ser confundidas, mas na verdade, tratam-se de problemas diferentes. 

A meibomite em cães está relacionada a um desequilíbrio na produção de óleo pelas glândulas de Meibomius, que por sua vez, leva à inflamação. Já a blefarite se dá por uma obstrução das glândulas, que dificulta a saída do óleo e provoca o seu acúmulo na pálpebra. 

de forma que a blefarite pode ser uma consequência da meibomite, já que quando as glândulas de Meibomius encontram-se inflamadas, as chances desse quadro resultar em uma obstrução, aumentam. 

Já as causas de uma inflamação palpebral variam, podendo ser:

• Alérgicas;
• Bacterianas;
• Fúngicas;
• Parasitárias;
• Consequência de outros problemas oculares.

Quais os sintomas?

Inflamações como essas, costumam chamar a atenção por conta do estado em que fica a região palpebral do pet, o que inclui:

• Coceira na região ocular;
• Secreção, principalmente na área dos cílios;
• Desconforto;
• Inchaço com ou sem a presença de pus;
• Escoriações devido às tentativas do animal de coçar o olho;
• Lacrimejamento excessivo;
• Se a causa da inflamação estiver ligada a alguma doença de pele ou alergia, o cachorro pode sofrer descamação e perda de pelo na região.

Se houver demora na busca por um veterinário, as inflamações na pálpebra canina podem resultar em outras complicações oftalmológicas, como úlcera de córnea. 

Aproveite para ler também:

• Como ajudar o seu cãozinho com entrópio ou ectrópio?
• Qual a causa de cílios ectópicos em cães?

Como ocorre o diagnóstico?

O diagnóstico de inflamações oculares como meibomite e blefarite em cães se dá por meio de uma boa anamnese e alguns exames complementares, como:

• Hemograma;
• Biomicroscopia ocular (Exame da Lâmpada de Fenda);
• Exame de cultura com uma amostra da secreção ocular (para identificar se há a presença de bactérias);
• Raspagem de pele (em caso de a inflamação ser de origem parasitária).

Qual o tratamento contra essas inflamações na pálpebra canina?

O tratamento de problemas como a meibomite e a blefarite em cães varia conforme a causa da inflamação, e inclui o uso de colar elizabetano e uma boa higienização local diária, para evitar que o problema piore. A depender do tipo de inflamação palpebral, o animal pode precisar da administração de:

• Antibióticos;
• Anti-histamínicos;
• Antifúngicos;
• Antiparasitários;
• Compressas frias.

Procurar o auxílio de um veterinário oftalmologista para tratar tais complicações é um passo fundamental do tutor, sobretudo para uma avaliação mais detalhada e assim, evitar que ocorra alguma recidiva e seja possível tratar problemas concomitantes, como doenças de pele e alergias. 

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