Olho seco em cachorro: saiba as causas

Você já ouviu falar da ceratoconjuntivite seca? Esse quadro, também conhecido como a doença do “olho seco”, é recorrente em cães. Confira no artigo de hoje, tudo sobre essa patologia ocular, suas diferenças em comparação com a conjuntivite canina e saiba as causas do olho seco em cachorro.

Ceratoconjuntivite seca: o que é isso?

A ceratoconjuntivite seca é caracterizada pelo ressecamento da superfície ocular, que acomete principalmente a córnea (camada externa do olho) e a conjuntiva (mucosa que reveste o interior das pálpebras), e é causado por algum problema nas glândulas lacrimais.

Pouca gente sabe, mas a lágrima é formada por água, sais minerais, proteínas e gordura, e sua principal função é lubrificar e proteger o olho de substâncias estranhas e da ação de micro organismos. 

Dessa forma, quando a parte aquosa do filme lacrimal torna-se insuficiente por algum motivo, é como se o olho perdesse uma parte importante da sua proteção natural, ficando mais suscetível a agentes externos e irritações. 

Quais as causas do olho seco em cachorro?

Mas o que pode provocar alguma deficiência nas glândulas lacrimais? As causas variam. Confira algumas possíveis:

• Envelhecimento natural do animal;
• Predisposição genética a problemas oftalmológicos;
• Presença de doenças autoimunes;
• Consequência de outros quadros de saúde primários, como a cinomose, a toxoplasmose, a leishmaniose, a diabetes e o hipertireoidismo;
• Anormalidades nas pálpebras;
• Evaporação ocular excessiva provocada por fatores ambientais (como clima seco, vento, fumaça, entre outros);
• Uso prolongado de certos medicamentos;
• Traumas oculares.

Ceratoconjuntivite seca X Conjuntivite: qual a diferença?

Você provavelmente reparou que a ceratoconjuntivite seca tem um nome bem parecido com o de outra doença oftalmológica também comum, a conjuntivite, e que aliás já abordamos aqui no nosso blog. 

Devido às similaridades entre as nomenclaturas, pode ser que muitos tutores se confundam. Porém, saiba que a conjuntivite e a ceratoconjuntivite seca são quadros bem diferentes. 

Isso porque, enquanto a conjuntivite trata-se de uma inflamação na conjuntiva e na esclera (parte branca dos olhos), e costuma ser mais simples de tratar, às vezes sendo provocada até pelo clima, na ceratoconjuntivite seca, o problema costuma ser mais profundo, acometendo o canal lacrimal e provocando uma deficiência na produção da quantidade ideal de lágrimas. 

Ou seja, apesar de serem parecidas no nome, nas estruturas acometidas e até no que diz respeito aos sintomas, a origem de ambas as doenças diverge e requer tratamentos distintos. 

Quais os sintomas do olho seco?

No início, os sintomas do olho seco em cachorro são parecidos com os da maioria dos problemas oftalmológicos, com a vermelhidão ocular e o inchaço sendo predominantes. 

A questão é que com o tempo, os sinais tornam-se mais recorrentes e graves, e quanto mais o tutor demorar para buscar auxílio veterinário, maior a chance do quadro se tornar irreversível, podendo levar o animal a cegueira.

Confira a seguir, os principais sinais para se ficar atento:

• Opacidade ocular (os olhos do cãozinho perdem o brilho e podem sofrer alterações em sua cor, fazendo com que a córnea ganhe uma coloração azulada);
• Blefaroespasmo (contração involuntária da pálpebra);
• Secreção ocular de cor amarelada;
• Fotofobia (sensibilidade à luz);
• Dificuldade para abrir os olhos;
• Lacrimejamento excessivo;
• Dificuldade para enxergar, dependendo da gravidade do quadro;
• Forte incômodo, podendo provocar dor, coceira e sensação de que há corpo estranho na superfície ocular, e faz com que o pet queira esfregar os olhos com frequência.

Quais são as raças mais predispostas ao olho seco?

Sabe-se que infelizmente algumas raças são mais predispostas a problemas oculares, incluindo a ceratoconjuntivite seca. Dentre elas, podemos citar, por exemplo:

• Poodle;
• Pastor Alemão;
• Cocker Spaniel;
• Shih Tzu;
• Buldogue;
• Pug;
• Lhasa Apso;
• Pequinês;
• Maltês;
• Boston Terrier;
• Yorkshire Terrier;
• Schnauzer miniatura.

É importante dar atenção especial aos cães classificados como braquicefálicos (que possuem o focinho mais curto e os olhinhos mais saltados), pois as chances dessas raças virem a desenvolver o olho seco em algum momento da vida devido a sua anatomia, são maiores. 

Lembre-se que ainda que o seu cãozinho não esteja entre as raças com predisposição ao problema, lembre-se que ele não está livre da ceratoconjuntivite seca, pois ela pode acometer cachorros de qualquer idade ou raça.

Leia também:

• Conjuntivite em cachorro: entenda como tratar!
• Saiba como prevenir o glaucoma em cães e gatos

Como é feito o diagnóstico do olho seco em cachorros?

No momento do diagnóstico, como sempre, o médico veterinário irá solicitar alguns exames a serem realizados no cachorro, para confirmar a ceratoconjuntivite seca. Os testes mais utilizados para identificar o problema, são:

Teste de Schirmer 

Por meio de uma tira de papel com marcações milimetradas que é colocada na extremidade da pálpebra do cão, o médico avalia a quantidade de lágrimas produzidas. O teste é considerado rápido e indolor.

Teste de fluoresceína 

Com o auxílio de fluoresceína, um tipo de colírio que gera contraste ao entrar em contato com a superfície lesionada, o médico identifica com mais facilidade a quantidade e o nível dos danos sobre a estrutura ocular. 

Biomicroscopia ocular (Exame da Lâmpada de Fenda)

Com o auxílio de uma Lâmpada de Fenda, o médico veterinário visualiza toda a estrutura frontal do olho, incluindo suas camadas mais profundas. Serve como um complemento ao teste de fluoresceína.

Como ocorre o tratamento do olho seco em cachorros?

O tratamento a ser seguido depende da origem do olho seco. Se a causa do problema for alguma doença primária, por exemplo, o foco será controlá-la, porém é vital ter em mente que o olho seco em cachorros é uma doença crônica, ou seja, que necessita de acompanhamento e avaliações médicas constantes, para o resto da vida do animalzinho.

O olho seco também pode se apresentar de forma progressiva, ou seja, não havendo uma maneira de parar o seu avanço. Nestes casos, o foco do tratamento será acentuar o incômodo causado pelos sintomas. 

Geralmente, o tratamento do olho seco envolve administração de medicamentos que estimulem a produção lacrimal ou ainda, que possam substituir a lágrima, e colírios, visando restabelecer a lubrificação do olho e curar as lesões.

Tem como prevenir o olho seco em cachorros?

Como sempre frisamos, a prevenção é a melhor amiga da saúde do pet, e assim, é importante cuidar para que o seu cãozinho esteja a salvo. 

Dependendo das circunstâncias, como o próprio processo de envelhecimento e a predisposição genética, nem sempre será possível evitar o surgimento de doenças oftalmológicas. 

Porém, a realização do check-up periódico e a ida regular ao veterinário oftalmologista, garantem a identificação precoce de problemas e assim, tratamentos mais eficientes e assertivos.

Portanto, tenha em mente que a melhor forma de prevenção é manter a regularidade dos exames e ao menor sinal de sintomas, procurar um profissional de confiança imediatamente.

Ceratoconjuntivite seca pode cegar o cãozinho?

Por fim, cabe ressaltar que sem o tratamento adequado, a ceratoconjuntivite pode evoluir para uma úlcera de córnea, que também é muito grave, e levar à completa perda da visão. 

Então, mais uma vez, não descuide da visão do seu animal e nem espere para buscar auxílio veterinário.

Ficou com alguma dúvida sobre o olho seco em cachorro? Deixe nos comentários!

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