Conheça as causas da secreção ocular em animais

Os pets são bichinhos bem dorminhocos e que costumam passar grande parte do dia tirando um cochilo. Logo, não é surpresa perceber as famosas remelas nos olhinhos deles, não é mesmo? Porém, essa mesma secreção pode esconder também alguns problemas de saúde! Conheça as causas da secreção ocular em animais e saiba quando ela pode ser considerada normal ou sinal de alguma doença:

Qual a origem da secreção ocular e para que ela serve?

Já se perguntou o que é remela? Aquela secreção que todo mundo tem nos olhos ao acordar na verdade é uma lágrima em estado sólido, que se forma enquanto estamos dormindo. 

O filme lacrimal é formado em essência por três camadas principais, uma líquida, outra gordurosa e outra composta por muco, cada qual com a sua função:

• Camada de muco – auxilia na umidade e retém as partículas de poeira.
• Camada líquida – formada por sal e proteínas, que mantém os olhos hidratados.
• Camada gordurosa – ajuda a prevenir a evaporação da lágrima na superfície ocular.

A explicação para a solidificação que se forma no canto dos olhos está no modo como essa grande engrenagem de lubrificação funciona. Enquanto o animal está acordado, piscar ajuda no processo de espalhar as lágrimas pela superfície, mantendo-a nutrida e limpa. 

Porém ao dormir, ocorre uma diminuição na produção da parte líquida, enquanto a gordurosa e o muco continuam a ser produzidos, empurrando o excesso de fluídos lacrimais e sujeiras para o canto do olho, formando a crosta ressecada que conhecemos popularmente como “remela”. 

Em resumo, a produção de secreção ocular durante a noite é algo normal e funciona como uma espécie de “faxina” enquanto não se pode contar com a piscadela. 

No entanto, às vezes a secreção ocular pode ser o indício de algo mais sério e é aí que a atenção do tutor entra. Saiba no próximo tópico como identificar quando a presença de remela no pet representa doenças!

Como saber quando a remela nos olhos do animal é sinal de doença?

Assim como nós, na maioria dos dias o cãozinho ou gatinho estará com alguma remela nos olhos. Mas é preciso estar atento a algumas características da secreção para saber se ela é normal ou sinal de alguma doença. 

Esteja atento(a) principalmente a:

Coloração

A cor natural da ramela pode variar de transparente para amarelo claro. Qualquer alteração na coloração, como secreções verdes, amarelo-escuro ou marrons, devem ser avaliadas por um oftalmologista veterinário.

Textura

A textura da secreção também pode trazer muitas informações quanto à saúde do animal. Quando saudável, o olho do pet produz uma remela aquosa. Porém, remelas com o aspecto mais grosso podem sinalizar infecções.

Quantidade

A quantidade é outro ponto que chama a atenção. Fique atento se o animal apresenta dificuldade de abrir os olhos por conta da secreção ou se é necessário fazer a higienização local mais de uma vez ao dia.

Quais doenças a secreção ocular pode indicar?

Mas afinal, quais doenças podem estar camufladas pela presença de secreção ocular? Confira algumas delas:

Alergia

Muitos são os fatores que podem provocar reações alérgicas nos animais, como poeira, ácaros, grama, produtos químicos e pólen, e como consequência de um quadro alérgico, o pet pode ter lacrimejamento excessivo e secreção ocular. 

Conjuntivite

Doença multifatorial conhecida e que pode causar até cegueira em cães e gatos, a conjuntivite, caracterizada por uma inflamação na conjuntiva e na esclera, provoca também incômodo, vermelhidão e lacrimejamento.

Ceratoconjuntivite seca

Também conhecida como a doença do olho seco por ter como principal manifestação, o ressecamento ocular, a ceratoconjuntivite ocorre quando há produção insuficiente de filme lacrimal, deixando os olhos mais sujeitos a infecções e irritações. Sua causa também varia, mas a secreção ocular é sintoma certo.

Úlcera de córnea

Já reparou se seu cachorro ou gato possui lesões na córnea? Este problema infelizmente é outro recorrente entre os pets, e pode acontecer até mesmo durante brincadeiras. 

As chances de uma úlcera evoluir para inflamações ou ser o indício de outras disfunções, como infecções, anormalidades na pálpebra ou lacrimais, são grandes. Trata-se de outro problema que também pode provocar a perda de visão se não for tratado adequadamente.

Glaucoma

Quando há um desequilíbrio na produção de humor aquoso, a pressão intraocular sofre um aumento, o que faz com que o pet perca a visão gradativamente, evoluindo de maneira silenciosa. 

O animal pode apresentar excesso de remela, dilatação das pupilas, vermelhidão ocular, lacrimejamento excessivo e perda de transparência da córnea, que muda de cor, tornando-se azulada.

Cinomose 

Doença sistêmica e de fácil transmissão, que afeta várias regiões do organismo canino, incluindo o sistema respiratório, gastrointestinal e neurológico. 

Além dos sintomas específicos em cada uma das áreas acometidas, o cãozinho com cinomose ainda pode apresentar secreção ocular em excesso, lesões na retina e conjuntivite. Apesar de muito grave e potencialmente letal, a cinomose pode ser prevenida com vacina.

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Quais outros sintomas podem acompanhar a secreção ocular?

Como você pode notar, muitas doenças diferentes podem provocar os mesmos sintomas e o único jeito seguro de saber o que está por trás da secreção ocular em animais é por meio da avaliação e diagnóstico de um médico veterinário especializado. 

Quando o assunto são sintomas, vale lembrar que na maioria das vezes a remela nos olhos não surge sozinha. Assim, se o seu pet apresentar os sinais abaixo em conjunto com a secreção ocular, busque auxílio profissional:

• Olhos vermelhos;
• Lacrimejamento em excesso;
• Sensibilidade à luz (fotofobia);
• Opacidade na córnea;
• Dificuldade de abrir os olhos;
• Letargia.

Como remover a secreção ocular?

Automedicar o cãozinho ou gatinho além de ser contraindicado, pode piorar ainda mais o quadro, portanto não é uma opção. Mas o tutor pode remover a secreção para deixar os olhos do pet higienizados e livres de incômodo. É fácil fazer isso, veja:

• Com movimentos suaves, o tutor deve passar uma gaze ou algodão úmido em água limpa na região do canto dos olhos do animal;
• Durante o processo, é importante tomar cuidado para não encostar na superfície ocular pois isso pode provocar irritações e úlceras;
• Cada olho deve ser higienizado individualmente, para evitar a passagem de possíveis bactérias de um olho para o outro.

O dono jamais deve administrar qualquer colírio ou medicamento por conta própria. Toda recomendação medicamentosa deve ser feita exclusivamente por um veterinário.

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